quarta-feira, novembro 16, 2011

UM – Recordar é viver

Lá estava eu mais uma vez, sentada no sofá com um balde de pipoca e vendo um filme ‘um amor pra recordar’ e chorando profundamente, não se é com o filme, ou se é com meu drama amoroso. Bem, você não deve estar entendendo absolutamente nada do que eu estou dizendo, não é? Então o vou explicar. Meu nome é Lua Maria Blanco, atualmente tenho 17 anos. Mas tudo começou aos meus 13 anos, era verão e eu fui para o sítio da minha avó, meus planos era só andar de cavalo, nadar no lago e brincar muito coisas de criança, mas meus planos foram atrapalhados pelo vizinho da minha avó... Eu me apaixonei.

#FlashbackON 

O sol já vai se por... A maravilha da natureza. Ficar debaixo dessa laranjeira é a posição perfeita pra ver essa maravilha, o vento que meche em meus cabelos e o cheiro de grama recém cortada...

- Olhando o por do sol, olhos lindos? – aquela voz eu reconhecia bem, a voz que vinha ecoando nos últimos dias em meus ouvidos

- É meio obvio, não? – o meu tom não era de uma ironia e sim de uma diversão, e quando me virei para vê-lo, um sorriso brotou em meus lábios instantaneamente

- Acho que só seria obvio se eu estivesse sentado com você – ele também sorria

- Então está esperando o que? – o sorriso dele se alargou a ouvir a resposta a minha resposta

- Nada – ele respondeu sentando-se ao meu lado e me olhando fixamente

- Vai me deixar envergonhada se continuar me olhando dessa maneira – eu disse ficando vermelha

- Mas a intenção é esta – ele continuava a me fitar com seus olhos castanhos intensos

- Eu não entendo – eu disse em conseguir evitar que saísse

- Não entende o que? – no rosto dele havia dúvida

- Quando estou com você sinto algo diferente... Algo que eu não consigo explicar – eu disse constrangida, de onde eu tirava tanta coragem?

- Pois eu sinto a mesma coisa e acho que eu sei o que é... – ele disse

- O que? – assim que eu perguntei a única resposta que ele me deu foi selar seus lábios nos meus quando o sol finalmente se pôs.

- Meu coração será eternamente seu – ele disse me olhando, aqueles lindos olhos cor de chocolate que agora refletiam o céu alaranjado que o sol deixara pra trás.

- Meu coração já é eternamente seu – ela disse enquanto eles se beijavam mais uma vez e enquanto a lua, aquela do céu, surgia pra brilhar mais uma vez.

#FlashbackOFF

Depois de tudo eu e a minha mãe voltamos pro Rio, e eu nunca mais vi aquele menino, nem sequer soube seu nome... Nada, era tão frustrante! No verão seguinte ele não morava mais lá, ele desapareceu literalmente. Às vezes me pego pensando se aquilo não foi apenas um sonho. Um lindo e perfeito sonho ao pôr do sol... Mas meu coração ainda era dele, e ainda podia sentir o coração dele comigo.

Não sabia se esse sentimento realmente existia, ou era ilusão da minha cabeça. Mas você deve estar se perguntando, já se passaram quatro anos, porque ela está assim agora? Vou explicar, toda vez que entro de férias eu me lembro dele, e hoje foi o primeiro dia de férias com isso entrei em depressão total com a sessão nostalgia.

- Lua, você ai de novo? – disse uma voz que eu conhecia muito bem, então me virei

- Melaine, seja solidária com a dor dos outros? – eu fazia bico olhando pra uma Mel indignada

- Lua, assim não dá! Todo primeiro dia de verão é isso! Você nem sabe que é esse garoto, impossível ainda gostar dele – disse Mel se sentando ao meu lado

- Mel, não quero mais falar sobre isso...pelo menos não agora – disse forçando um sorriso frouxo

- Tudo bem, mas não foi pra te dar bronca que eu vim aqui – disse Mel sorrindo

- Pra que então? – perguntei

- Tenho novidades – Mel sorria

- O que? Diz logo! – eu estava curiosa, o que seria?

- Lembra que eu te falei que meu irmão foi estudar nos Estados Unidos quando nos mudamos para o Rio? – Mel perguntou

- Claro que lembro, Arthur não é? – eu disse

- É, e ele vai voltar pro Rio amanhã! – Mel pulando no sofá

- Sério? Que bom, Mel! – eu disse a abraçando

- Você vai comigo mais tarde no aeroporto receber ele? – Mel perguntava ansiosa e com os olhos brilhando

- Não sei se é uma boa idéia, Mel... Eu nem conheço ele direito e... – comecei a falar tentando fugir da idéia da Mel

- Para com isso, Lua. O Arthur vem com um amigo e uma amiga que também tem pais aqui no Brasil também. Acho que o nome da menina é Sophia e do menino é Chay. – Mel disse como se fosse a coisa mais simples do mundo

- Mais um motivo, Mel. Você sabe que eu não sou muito socializável – eu disse colocando uma colherada de brigadeiro na boca

- Larga isso! – Mel disse pegando a panela de brigadeiro da minha mão – Sabe quantas calorias tem nisso?
- Sei, muitas. E quer saber? Não me importo. – eu disse pegando a panela da mão dela e pondo de volta no meu colo.

- Então fique ai ingerindo um mundo de calorias enquanto eu vou me arrumar pra receber o meu irmão. – disse Mel se virando emburrada

- Para com isso, Mel. Eu vou. Mas só se você me responder uma pergunta – eu disse com um sorriso safado

- E o que seria – ela se virou sorrindo de volta

- Seu irmão é gato? – eu disse com uma cara maliciosa

- Lua Blanco, não sabia que você era tão safada! O irmão da sua amiga? Que vergonha – ela estava com uma cara indignada e por um momento achei que era verdade.

- Não quer contar, não conte! – também emburrei a cara e me voltei ao brigadeiro.

- Para, Lua! É claro que ele é gato, é meu irmão, e se você estiver disposta ao cargo de cunhada... – ela começou falando, mas logo a interrompi

- Epa, só perguntei se ele é gato. E não estou disposta a cargo nenhum de cunhada – eu falei tão rápido que quase me embolei com as palavras

- Tá, Lua. Só tava brincando, não precisava ficar estressadinha – Mel me disse com as mãos pra cima em sinal de defesa e um pouco de deboche

- Vai ficar aqui, debochando de mim? Daqui a pouco não vamos sair? – eu disse fugindo do assunto anterior

- Caraca, já estamos atrasadas... Vamos! – ela disse me puxando rapidamente porta afora

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